Um aborto incompleto é aquele que foi apenas parcialmente bem sucedido. A gravidez terminou e o embrião não se desenvolverá, mas o teu corpo não expeliu adequadamente o tecido e o conteúdo da gravidez.
Um aborto incompleto é um aborto apenas parcialmente bem sucedido.
Os sintomas de um aborto incompleto são:
- Continuar a sangrar em demasia (muito mais que num período menstrual regular);
- Cólicas que ocorrem mesmo dias depois de ter tomado o Misoprostol (Cytotec – 200mcg);
- Dor insuportável, febre contínua e sangramento depois de três semanas;
- Dor quando pressionas a barriga.
Deverás dirigir-te a um hospital para completar o aborto caso tenhas algum destes sintomas. Isto é absolutamente necessário porque o tecido e o sangue que continuam no teu corpo podem causar hemorragias e uma infeção.
O tratamento de um aborto incompleto é LEGAL em todos os lugares.
Em países onde as mulheres possam ser acusadas criminalmente por terem realizado um aborto, não é necessário dizer à equipa médica que tentaste fazer um aborto. Podes dizer que PENSAS ter tido um aborto espontâneo.
NÃO EXISTEM testes que mostrem que a mulher fez um aborto químico.
É extremamente importante tratar um aborto incompleto. O tratamento para o aborto incompleto é designado de aspiração vácuo ou curetagem. Qualquer clínica que consiga lidar com abortos espontâneos pode também ajudar a mulher com abortos incompletos, dado que os sintomas são os mesmos.
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Um aborto incompleto indica que o feto parou de desenvolver-se, mas que, aquando da expulsão, alguns produtos (feto, placenta ou membranas[1]) ficaram retidos no corpo da mulher.
A presença de resquícios no útero manifesta-se através dos seguintes sintomas:
- Sangramento abundante (que continua pelo menos durante mais três semanas após o aborto);
- Cólicas;
- Desconforto físico e sensibilidade ao toque na zona abdominal;
- Poderá haver ocorrência de febre.
Esta é precisamente uma das razões pelas quais aconselhamos de forma enfática que a mulher faça uma ecografia. Através das imagens deste exame é possível perceber se existem restos ovulares (restos embrionários)[2]. No entanto, é essencial enfatizar um detalhe: se a ecografia acusar restos da gestação, mas tu não tens nenhum dos sintomas acima referidos, então não precisas de fazer nada.
Por outro lado, se estes sintomas forem uma realidade depois da terminação voluntária, então não ignores, pois trata-se de uma situação grave que pode colocar a tua vida em risco. É fulcral que te desloques a um hospital ou centro de saúde para que possas ser vista por um médico. Mais adiante explicaremos quais são os procedimentos para esta complicação.
Aprofunda os teus conhecimentos nas seguintes secções do nosso website:
Como saber se o aborto foi bem-sucedido?
O tratamento desta complicação poderá ser feito em qualquer unidade de saúde que possua o equipamento necessário e o pessoal treinado para tal.
Nesse sentido, a evacuação passa por duas abordagens diferentes:
A curetagem uterina (também conhecida como dilatação e curetagem – D&C): esvaziamento cirúrgico que se realiza através da introdução de uma cureta pela vagina com o objetivo de raspar as paredes do útero[3]. É um procedimento que deve ser efetuado sob o efeito de anestesia.
Curettage usually requires general anaesthesia, an operating theatre, and the efforts of a medical doctor or clinical officer.
Odland et al., 2018[4]
Mais sobre o tema da curetagem: Curetagem após o aborto
A aspiração a vácuo: também realiza a evacuação do conteúdo que se encontra no útero. Requere apenas anestesia local e consiste na sucção dos resquícios através de um aspirador a vácuo. É um método mais recente e menos traumático para a mulher e, por esta razão, é aconselhável que a mulher opte por este procedimento se tal hipótese lhe for concedida. Segundo Odland et al., 2018
The World Health Organization (WHO) guidelines and a Cochrane Library review concluded that vacuum aspiration is the preferred surgical method for uterine evacuation after an incomplete abortion in the first trimester. Manual vacuum aspiration is faster, less painful, and is associated with less blood loss and fewer complications than D&C.
Odland et al.,2018
Mais sobre o tema da aspiração a vácuo: https://abortonanuvem.com/pt/duvidas/aspiracao-a-vacuo/
A informação que aqui concedemos não invalida as opiniões médicas. Se for o teu caso e tiveres de recorrer a auxílio médico, não te abstenhas de esclarecer as tuas dúvidas relativamente ao tratamento que irás receber. Não precisas de dizer que fizeste ou que tentaste fazer um aborto em casa. Cumpre com todas as indicações dos nossos serviços e faz uso dos comprimidos pela via sublingual, desta forma o médico não conseguirá perceber que o aborto foi provocado.
O aborto incompleto tem obrigatoriamente que ser tratado, dado que existe um grande risco de infeção se a mulher não procurar ajuda médica.
(…) incomplete abortions can lead to more serious complications such as haemorrhage, sepsis, and in the worst-case scenario, death.
Odland et al.,2018
Documentos para download:
Referências:
[1] Moura E. Vivências de mulheres em situação de abortamento. Universidade Federal de Alagoas, 2015. Disponível em: http://www.repositorio.ufal.br/bitstream/riufal/2530/1/Viv%C3%AAncias%20de%20mulheres%20em%20situa%C3%A7%C3%A3o%20de%20abortamento.pdf
[2] Rios L, Oliveira R, Martins M, Bandeira K, Leitão O, Santos G, Sousa M. Anormalidades do primeiro trimestre da gravidez: ensaio iconográfico. Radiol Bras. 2010 Mar/Abr;43(2):125–132. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rb/v43n2/a14v43n2.pdf
[3] Holanda A, Santos H, Barbosa M, Barreto C,Felinto A, Araújo I. Tratamento do Abortamento do Primeiro Trimestre da Gestação: Curetagem versus Aspiração Manual a Vácuo. RBGO – v. 25, nº 4, 2003. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/%0D/rbgo/v25n4/v25n4a8.pdf
[4] Odland M, Membe-Gadama G, Kafulafula U, Jacobsen G, Kumwenda J, Darj E. The Use of Manual Vacuum Aspiration in the Treatment of Incomplete Abortions: A Descriptive Study from Three Public Hospitals in Malawi. Int. J. Environ. Res. Public Health, 2018. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5858439/pdf/ijerph-15-00370.pdf
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