Quando é realizado nas primeiras 9 semanas, as complicações no aborto químico possuem um risco muito baixo. Este risco é semelhante ao risco de um aborto espontâneo. Entre as 9 e as 12 semanas, o risco aumenta um pouco. Não obstante, quaisquer complicações derivadas de um aborto são facilmente tratáveis.
Quando ocorrem complicações, o tratamento geralmente limita-se a simples procedimentos para a devida limpeza do útero.
Um médico pode facilmente tratar destes problemas.
Em cada cem mulheres que fazem um aborto químico, apenas 2 ou 3 terão que recorrer a um médico, centro de saúde ou hospital, para receber algum tratamento.
(Hemorragia) Sintomas
Sangramento muito intenso que dure mais de duas horas e que obrigue a usar mais de dois pensos higiénicos por hora. Sentir-se zonza ou com uma sensação estranha na cabeça podem ser sinais de perda excessiva de sangue.
(Hemorragia) Tratamento
Isto é perigoso para a tua saúde e deverá ser tratado por um médico.
(Aborto incompleto) Sintomas
Sangramento forte ou persistente e/ou dor intensa e persistente.
(Aborto incompleto) Tratamento
Aspiração a vácuo ou curetagem.
(Infecção) Sintomas
Se tiveres febre (mais que 38º C) durante mais de 24 horas, ou se tiveres 39º C ou mais de febre, poderá então existir uma infecção que precise de ser tratada.
(Infecção) Tratamento
Antibióticos e/ou aspiração a vácuo.
Se pensas ter sofrido alguma complicação, deverás consultar um médico imediatamente. Os sintomas de um aborto químico e um aborto espontâneo são exatamente os mesmos e o médico não conseguirá ver nem comprovar que o aborto foi induzido desde que os comprimidos de Misoprostol tenham sido usados de forma adequada e conforme as Instruções de uso.
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Existe uma razão pela qual reforçamos vezes sem conta que o limite máximo para realizar um aborto químico é de 12 semanas. Falamos sobre o risco de complicações.
Antes de avançar, destacamos que viver num país com restrições ao aborto pode ser um grande desafio. Se for o teu caso e decidires avançar com um aborto químico, mas no fim deparas-te com alguma complicação, não te preocupes porque, se precisares de ajuda médica, podes dizer que pensas ter sofrido um aborto, mas não menciones que tentaste induzir o mesmo em casa. Se cumprires todas as indicações tal como estão aqui no website e se fizeres o uso dos comprimidos por via sublingual, então o médico não tem como detetar que o aborto foi provocado.
Ainda que sejam ocorrências pouco comuns, é vital ter a noção de que podem acontecer. Não obstante, podem ser sempre tratadas por um médico.
Entre as complicações no aborto é possível encontrar:
Hemorragia
Como já indicamos, ao realizar um aborto com Misoprostol, é inevitável que aconteça o sangramento e que este se prolongue após o procedimento. O que não é comum é ter um sangramento muito abundante ao ponto de encheres dois pensos higiénicos por hora num espaço de duas horas seguidas.
Para que possas distinguir o sangramento normal que surge após a ingestão dos fármacos abortivos de um sangramento que é sinónimo de hemorragia, é preciso que estejas bem acordada e que te lembres dos seguintes pormenores:
- O sangramento de um aborto químico é um pouco mais abundante que o de um período menstrual, mas não é excessivo;
- Um grande fluxo de sangue enche rapidamente pensos higiénicos e isto significa que existe o risco de ter havido uma complicação. Se encheres dois pensos higiénicos por hora num espaço de duas horas, então o melhor será procurar ajuda médica.
Fica a saber que qualquer unidade de saúde deverá ter equipamento e pessoal qualificado para tratar desta complicação. Se tiveres sangramento com fluxo abundante e sensações de tonturas e /ou fraqueza, dirige-te imediatamente a um hospital/centro de saúde para que sejas vista. Não deixes que a situação se prolongue.
Lê mais aqui: Quanto tempo dura o sangramento?
As these studies indicate, when minor complications do occur, they often can be effectively managed in an office setting.
White et al. 2015[1]
Aborto incompleto
A taxa de eficácia do Cytotec (Misoprostol) é de 95% quando usado debaixo da língua, portanto existe uma margem de erro que deve ser considerada. Dito isto, o aborto poderá ficar incompleto – isto é – quando o embrião não se desenvolve mais, porém, o corpo não expele, na totalidade, o conteúdo gestacional. Se tiveres algum dos seguintes sintomas, terás também de deslocar-te a um serviço de saúde para completar o aborto:
- Sangramento abundante;
- Cólicas dias depois de ter ingerido o fármaco abortivo;
- Dores, febre e sangramento que perdura três semanas após o aborto;
- Dor ao fazer pressão na zona abdominal.
Se o aborto incompleto não for tratado, poderá causar hemorragias ou até uma infeção que pode ter como consequência a morte da mulher.
Acede a mais conteúdo nesta secção: Aborto incompleto
Para tratar desta complicação, existem dois métodos diferentes: a curetagem e a aspiração a vácuo. Ambos têm a finalidade de esvaziar o conteúdo uterino, mas ambas possuem algumas diferenças entre si[2]:
Curetagem: intervenção cirúrgica que consiste na raspagem da cavidade uterina. Exige a administração de anestesia local ou geral.
Aprofunda os teus conhecimentos sobre a curetagem uterina aqui: Curetagem
Aspiração a vácuo: tem também como objetivo o esvaziamento do conteúdo uterino, no entanto a sua utilização não é tão invasiva como a curetagem, dado que requere apenas anestesia local, o seu tempo de recuperação é inferior e acaba por ser mais confortável e menos traumático para a paciente.
Acede a mais conteúdo nesta secção: Aspiração a vácuo
Infeção
As ocorrências infeciosas são raras num aborto químico, sendo inclusive mais frequentes após um parto.
A existência de infeção manifesta-se através dos seguintes sintomas (dias depois o procedimento):
- Sensação de fraqueza, náuseas e/ou diarreia;
- Febre superior a 38ºC ou que dure mais de 24 horas;
- Abdómen dorido ou sensível ao toque;
- Corrimento vaginal com odor desagradável.
O tratamento da infeção que surge após a indução do aborto deverá ser tratado com antibióticos e/ou outra terapêutica que o profissional de saúde considere conveniente
Para mais informações, consulta a seguinte secção: Infeção após o aborto
Documentos para download:
Referências:
[1] White K, Carroll E, Grossman D. Complications from first-trimester aspiration abortion: A systematic review of the literature. V.92, nº 5, 2015. Disponível em: http://sites.utexas.edu/txpep/files/2017/06/White-et-al-Complications-from-First-Trimester-Aspiration-Abortion-Contraception-post-print-2015.pdf
[2] Aborto Incompleto – Manual para professores de Enfermagem Obstétrica. Organização Mundial de Saúde, 2005. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/44145/9248546668_6_por.pdf?sequence=87
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