Oprocesso de aborto lida com diferentes emoções e situações de desgaste. Não obstante, o stress depois do aborto desaparece completamente devido às intensas sensações de ALÍVIO e tranquilidade depois do aborto bem sucedido.
Se estiveres num dos países que restringe o aborto a vários níveis (variando desde os mais moderados aos mais elevados) o teu nível de inquietação pode aumentar.
Após a realização do aborto as sensações de ALÍVIO e tranquilidade, são muito intensas e geralmente fazem com que a ansiedade que viveste naquele determinado período desapareça por completo.
O stress depois do aborto poderá acontecer devido a situações como:
- Sensação de corrida contra o tempo;
- Dificuldades de acesso à Internet;
- Golpes que te fazem perder o teu dinheiro;
- Temer pela tua privacidade e segurança;
- Angústia relacionada com a real eficácia do medicamento;
- Medo das reações relacionadas com o preconceito;
- Venda de produtos falsificados;
- Questões relacionadas com crenças religiosas.
Apesar disto tudo, grande parte deste desassossego advém do período de tempo que dedicas à procura da realização do teu aborto.
Após fazer o aborto, as sensações de ALÍVIO e tranquilidade por tirar um peso das costas são muito intensas, geralmente fazendo com que todo o stress que viveste durante aquele período se desvaneça por completo.
Mesmo que tenhas sido vítima de situações desagradáveis, nós estamos aqui para tornar este momento numa suave passagem e de solução GARANTIDA, transformando tudo num simples incómodo passageiro.
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Muitas mulheres relatam que conseguiram lidar bem com o facto de terem realizado um aborto. Já outras poderão sentir como se estivessem a lutar contra os seus sentimentos ou que atravessam um período de confusão. A intensidade destas emoções dependerá de cada mulher: das suas crenças, atitudes, sistemas de apoio e das circunstâncias próprias da sua vida.
Segundo Speckhard et al., 2011, o aborto é normalmente considerado como um mecanismo para lidar com o elemento que provoca o stress – neste caso, a gravidez indesejada. Porém, este poderá vir a tornar-se num fator de stress que desencadeie diversos tipos de sentimentos mais negativos.
Ainda na mesma publicação, Speckhard et al., 2011 menciona ainda que quando as respostas de stress pós-traumático após um aborto começaram a ser documentadas, originou-se alguma controvérsia nos EUA relativamente à possibilidade de que o aborto pudesse ser um fator de stress. Hoje em dia a situação ainda se verifica, principalmente nos grupos que criminalizam o aborto. Já aqueles que defendem a prática realçam que as condições já existentes antes do aborto (saúde mental debilitada, relações amorosas abusivas, imposição, etc.) são os principais (ou únicos) gatilhos de stress que se revelam após um aborto, e não a própria experiência da terminação em si[1].
Com isto o que pretendemos dizer é que estes aspetos que afetavam o bem-estar da mulher antes do processo tornam a mulher mais vulnerável a sentir maiores níveis de stress após o aborto.
Relativamente à experiência do aborto, com ou sem vulnerabilidades já existentes, estas poderão fazer com que a mulher sofra um pouco mais depois do procedimento, principalmente se esta tiver sido traumatizante.
Studies of post abortion trauma reveal that there are clear pre-disposing factors of women who are most likely to experience their abortion as traumatic. One indicator is subjectively recognizing human life in the embryo or fetus (defining a “fetal child”), which defines the abortion as involving a death event.
Speckhard et al., 2011
Para além destas razões já descritas, existem outras variantes que poderão motivar uma maior sensação de assoberbamento:
- Residir num país com leis restritivas ou proibitivas em relação ao aborto pode assustar à mulher. O medo de ser julgada ou de ser descoberta pode levar às mulheres a situações de maior angústia antes e depois do procedimento. As ideias que se propagam nestes países criam o conceito de que o aborto é assassinato e que a mulher está a cometer um crime. É normal que isto afete a paciente;
- Questões religiosas poderão estar também ligadas aos pressupostos políticos que se opõem aos movimentos pro-choice (= pró-escolha, isto é, a favor do aborto), mas as crenças religiosas de cada mulher acabam por influenciar também negativamente os seus sentimentos (por exemplo, quando lhe é incutido que abortar é pecado);
- As hormonas da gravidez que se mantêm após a IVG têm a capacidade de influenciar os pensamentos e as atitudes da mulher.
Tendo em conta que não existe divulgação suficiente que aborde este assunto, é normal que algumas mulheres não saibam exatamente o que pensar/sentir ou como lidar com as sensações. Se este for o teu caso, é importante que fales com alguém em quem confies plenamente. Se sentires que precisas do teu tempo para lidar com os teus sentimentos, então faz uso dele e tenta encontra-te sem esquecer que:
- A tua decisão foi importante e tu a tomaste por ti. Se sentes que a melhor altura para ter filhos não é esta e que queres mesmo levar a cabo o aborto, então foi porque te colocaste em primeiro lugar e pensaste no que era melhor para ti. É nisso que te tens de focar;
- Não és má pessoa por ter feito um aborto. Por vezes são as opiniões “externas” as que mais nos deitam abaixo, mas só tu percebes as razões que te levaram a tomar esta decisão e não é positivo que deixes que opiniões negativas te afetem;
- As tuas hormonas podem estar a falar mais alto e tens de dar um tempo para que estas voltem aos níveis de não grávida.
Specific aspects of abortion can also make it traumatic. An abusive partner, or controlling parents may coerce a woman into an unwanted abortion. Young women who fear social condemnation may abort pregnancies they wished to keep out of fear of rejection by parents, peers or society.
Speckhard et al., 2011
É importante que não te isoles. Tenta arranjar alguém de confiança e, ao teu ritmo, tenta explicar as tuas emoções. Ter alguém que apenas oiça pode ser uma grande ajuda. Pensa que um dia mais tarde poderás ser tu a ajudar a alguém que tenha passado pela mesma situação.
You might feel you are able to talk with one or two of your closest family or friends. Sometimes our friends and family are more supportive than what we expect.
Department of Health, Government of South Australia, 2018[2].
Do lado oposto da moeda, e porque cada caso é um caso, grande parte das mulheres sente alívio após a realização do aborto. Alívio porque foram capazes de tomar uma decisão, porque o stress agora faz parte do passado ou porque o processo já está concluído e agora podem concentrar-se nos seus planos futuros. Não obstante, esta sensação de alívio poderá surgir mais tarde, depois da mulher ter tirado um tempo para si e para assimilar a experiência pela qual passou.
Well-designed studies on women’s overall psychological well-being before and after abortion, however, provide evidence that most women’s well-being does not deteriorate after an abortion.
Munk-Olsen et al., 2011 & Gilchrist et al., 1995 apud Foster et al., 2012[3]
Dito isto, é muito pouco provável que venhas a sentir stress após um aborto devido ao procedimento em si, no entanto, se tens um passado com depressão, falta de apoio, problemas com o teu parceiro ou se te vires numa situação de abandono (por parte do parceiro, familiares ou pessoas próximas) e após o aborto te sentes mais sensível ou abatida, tenta encontrar alguém que te possa apoiar e que não te julgue. Como já aconselhamos antes, não te isoles e tira essa carga dos teus ombros. Não te esqueças de dar tempo ao teu corpo para que as hormonas voltem aos níveis prévios à gravidez, visto que elas poderão ser as responsáveis pelos sentimentos menos positivos que possas ter.
Documentos para download:
Referências:
[1] Speckhard A, Rue V. Abortion Trauma. Encyclopedia of Trauma, 2011. Disponível em: https://www.academia.edu/10302492/Abortion_as_Trauma_
[2] Emotional responses after an abortion. Pregnancy Advisory Centre – Government of South Australia, 2018. Disponível em: https://www.sahealth.sa.gov.au/wps/wcm/connect/70191d8044910fd889e79d961f150c7f/Final+Emotional+Responses+after+an+abortion+2018.pdf?MOD=AJPERES&CACHEID=ROOTWORKSPACE-70191d8044910fd889e79d961f150c7f-mEue90T
[3] Foster D, Gould H, Kimport K. How women anticipate coping after an abortion. Contraception. 2012 Jul; 86(1):84-90. Disponível em: https://www.ansirh.org/_documents/library/foster_contraception_12-2011.pdf
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