Razões para fazer um aborto
Não é preciso refletir muito para perceber que a realização de um aborto deve ser encarada como um acontecimento clínico convencional e cujas restrições (em alguns países) levam as mulheres à morte.
O acesso ao aborto seguro é um DIREITO e como tal, deverás exercê-lo sempre que necessário e se os métodos contracetivos falharem. Não estás sozinha.
Em todo mundo acontecem oitenta abortos a cada segundo. Tu também tens o legítimo direito de poder fazer o teu.
Vê algumas da razões pelas quais mulheres em todo o mundo optaram por abortar.
EVITAR GASTOS ELEVADOS |
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MELHOR DESENVOLVIMENTO NO TRABALHO |
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VIDA AFETIVA MAIS PLENA E SAUDÁVEL |
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LAZER, VIAGENS E VIDA SOCIAL |
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ESTRATÉGIA DE VIDA FELIZ |
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AMPLIA OS TEUS CONHECIMENTOS
O número total de interrupções de gravidezes indica que uma parcela das mulheres leva a cabo este procedimento por questões de saúde ou por anomalias fetais. Porém, e ainda dentro destas estatísticas, existe uma fração superior de abortos provocados que surgem como resposta a uma gravidez não desejada.
Segundo Finer et al., 2005 através do Guttmacher Institute[1], o facto de ser uma “gravidez não desejada” não significa que estejam incluídas, na íntegra, as razões e as circunstâncias por trás da decisão da mulher em desejar ir em frente com um aborto. Existem, desta forma, fatores pessoais, familiares, sociais e económicos que precisam de ser considerados na decisão final realizar um aborto.
Some might argue that we already know why a woman obtains an abortion – she does not want the pregnancy – and that we need look no further. However, […] there can be many steps between acknowledging an unplanned pregnancy and having an abortion.
Bankole et al., 1998
De acordo com o Guttmacher Institute:
Em 1985: foi realizado um estudo no estado do Kansas (EUA) onde participaram 500 mulheres. Segundo estas participantes, a “falta de preparação” era o motivo mais comum para a realização de um aborto, seguido por “falta de meios financeiros” e “ausência do parceiro”.
Em 1987: os autores de uma pesquisa realizada com 1900 mulheres num grande prestador de serviços de aborto nos EUA chegaram à conclusão de que as mulheres desejavam levar a cabo um aborto porque sentiam que uma criança iria interferir de forma negativa nos seus planos escolares, de trabalho ou outras responsabilidades e que, por essa razão não teriam condições de educar uma criança.
The importance of women’s economic situation as the main reason for their seeking an abortion was evident in developed as well as developing countries. (U.S. women, for example, tended to explain this reason with a more specific one, such as a baby would disrupt employment or schooling that the woman or her partner was unemployed and that she lacked support from her partner).
Bankole et al., 1998
Em 2013 foi publicado um artigo que pretendia avaliar as consequências para a saúde e socioeconómicas dos abortos realizados e abortos negados à mulher[2]. Neste estudo participaram 954 mulheres de 30 clínicas de aborto nos EUA que responderam a dois questionários sobre os motivos que as levaram a realizar um aborto. Os autores, Biggs et al., organizaram as razões concedidas pelas gestantes em 11 categorias, divididas por subcategorias:
Motivos financeiros:
Situação financeira no geral;
Situação de desemprego;
Não tem seguro saúde;
Não deseja obter apoio do estado.
Altura errada para ter um filho:
Momento inoportuno/não está preparada/gestação não planeada;
Não tem tempo suficiente;
Sente-se muito velha para ter um filho.
Questões relacionadas com o parceiro:
Mau relacionamento/existência de novo parceiro;
A mulher deseja estar casada/não quer ser mãe solteira;
O parceiro não apoia a mulher;
O parceiro não é o ideal para ser o pai;
O parceiro não quer o bebé;
O parceiro é agressivo.
Preocupação com outras crianças:
É muito cedo para ter outra criança/a mulher já está muito ocupada com outra(s) criança(s)/já tem filhos suficientes;
Preocupação com outras crianças que esteja a educar.
Afeta negativamente planos para o futuro:
Atrapalha planos escolares/acadêmicos;
Atrapalha planos vocacionais;
A mulher deseja ter uma melhor vida/não quer sentir-se limitada nas oportunidades para o futuro;
Falta de preparação emocional e psicológica
Motivos relacionados com a saúde:
Preocupação com a próprias saúde;
Preocupação com a saúde do feto;
Uso de substâncias tóxicas (drogas, tabaco ou álcool);
Uso de medicamentos receitados ou de métodos contracetivos.
Desejo de uma vida melhor para a criança:
Quer uma vida melhor para o filho;
Habita numa casa que não é a mais adequada para um filho;
Não tem ajuda de ninguém para tomar conta da criança;
Não quer que o filho tenha a mesma infância que ela teve.
A mulher não é independente ou madura ou suficiente:
Muito jovem ou imatura;
Não sabe tomar conta de si mesma;
Depende dos pais ou de outras pessoas no momento da gestação.
Influência de família ou amigos:
A mulher sabe que a gravidez terá um impacto negativo na relação com familiares e/ou amigos;
Não quer que ninguém saiba/não quer que ninguém julgue;
A mulher sente-se pressionada por familiares ou amigos.
Não deseja a criança, mas também não quer optar pela adoção:
A mulher não tem intenções de manter a criança/não quer filhos, de todo;
Não pondera a opção de adoção.
Como podes ver, não estás sozinha. Não és a primeira pessoa que não deseja engravidar e que considera que um aborto seria a melhor solução dadas as circunstâncias. Não te sintas culpada por pensar em ti e segue o que a tua intuição te indica.
Podes passar nas seguintes secções para obter mais informações relacionadas com este tema:
É difícil fazer um aborto químico?
Documentos para download:
Referências:
[1] Finer L, Frohwirth L, Dauphinee L, Singh S, Moore A. Reasons U.S. Women Have Abortions: Quantitative and Qualitative Perspectives. Guttmacher Institute. Volume 37, Issue 3 September 2005: 110 – 118. Disponível em: https://www.guttmacher.org/journals/psrh/2005/reasons-us-women-have-abortions-quantitative-and-qualitative-perspectives
[2] Biggs M, Gould H, Foster D. Understanding why women seek abortions in the US. BMC Women’s Health. Volume 13, Nº 29, 2013. Disponível em: https://bmcwomenshealth.biomedcentral.com/articles/10.1186/1472-6874-13-29
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