O DIU (dispositivo intra-uterino) é um método contracetivo feminino introduzido na cavidade uterina por um profissional de saúde treinado. É tolerado pela maioria das mulheres e possui um índice baixo de descontinuação.[1]
Tipos de DIU
- SIU (SIU-Lng ou DIU hormonal)[2]
Se for do tipo hormonal, trata-se de um Sistema Intra-Uterino. Este contém um progestativo (Levonorgestrel), hormona semelhante a progesterona produzida pelo ovário.
Como funciona?
Esta hormona tem como função o espessamento do muco do colo do útero, originando uma espécie de barreira protetora que impede os espermatozoides de chegarem ao útero e fertilizarem um óvulo. Torna também o revestimento do útero mais fino, algo que irá dificultar a implantação uterina de um óvulo fertilizado, assim como a libertação do óvulo cada mês.
Vantagens
– Prático e de longa duração;
– Após a colocação, a mulher não precisa de fazer mais nada;
– Exclui a necessidade de tomar a pílula todos os dias;
– De forma geral, a menstruação passa a ser mais ligeira, menos dolorosa e eventualmente deixa de existir;
– O seu uso também se aplica a tratamentos para menstruações abundantes mesmo quando não existe a necessidade de usar métodos contracetivos; assim como para o tratamento de endometriose e miomas;
– Não interfere no ato sexual;
– É reversível. Isto é, a fertilidade volta ao normal após a retirada do dispositivo.
Desvantagens
Geralmente as mulheres não têm problemas com o SIU, no entanto, verificam-se as seguintes desvantagens:
– Pequeno risco (em cerca de 2% das mulheres) de infeção pélvica. O maior risco ocorre nos primeiros 20 dias após ter sido colocado;
– Se existir alguma infeção transmitida sexualmente, esta pode evoluir para a doença inflamatória pélvica;
– Grande quantidade da hormona libertada permanece no útero, no entanto, devido à libertação de progesterona, o SIU pode provocar redução de fluxo menstrual, amenorreia ou apenas pequenas perdas de sangue assim como acne, cefaleias, dor e tensão mamária, retenção de líquidos e quistos no ovário;
– A sua colocação pode provocar, em casos raros, dores ou contrações uterinas mais frequentes em mulheres que nunca tiveram filhos, pequena hemorragia, desmaio, perfuração do útero (apenas 0,01% das mulheres).
Se não tiver medicação hormonal, então estamos a referir-nos efetivamente a um DIU. Este é revestido a cobre ou a cobre e prata, sendo que na parte inferior deste encontra-se dois fios que ficarão no interior da vagina e que servem para ajudar a retirar o DIU quando indicado.
Como funciona?
Basicamente o dispositivo provoca uma alteração química que danifica o esperma e o óvulo antes de que ocorra a fertilização.
Vantagens:
– Prático e de longa duração;
– Após a sua colocação, a mulher não precisa de fazer mais nada;
– Exclui a necessidade de tomar a pílula todos os dias;
– Por não ser um método hormonal não afeta o humor, peso, desejo sexual ou risco de ter cancro no futuro;
– Não interfere no ato sexual nem amamentação;
– Pode ser usado por mulheres de qualquer idade;
– A fertilidade volta ao normal após a retirada do dispositivo.
Desvantagens:
Assim como acontece com o SIU, não é comum que as mulheres tenham problemas com o DIU, no entanto, também existem algumas desvantagens:
– Menstruações mais longas, com maior fluxo e mais dolorosas (apenas em alguns casos e principalmente nos primeiros meses após a inserção do dispositivo). Como resultado, isto pode causar anemia se as reservas de ferro estiverem diminuídas;
– Pequeno risco (em cerca de 2% das mulheres) de infeção pélvica. O maior risco ocorre nos primeiros 20 dias após ter sido colocado;
– Se existir alguma infeção transmitida sexualmente, esta pode evoluir para a doença inflamatória pélvica;
– A gravidez com o DIU é rara, mas há um maior risco de que venha a ser ectópica (ocorre em 3% dos casos);
– Poderá causar algumas dores ou contrações uterinas, mais frequentemente em mulheres que nunca tiveram filhos, desmaios ou perfuração do útero (em apenas 0,01% das mulheres).
De realçar que nenhum dos dois dispositivos aqui referidos protege contra doenças sexualmente transmissíveis.
O método possui um risco de que o aparelho possa ser expelido do corpo da mulher.[4]
Qual é a eficácia deste método?
A eficácia deste contracetivo é igual ou superior a 99%. Em 100 mulheres que usem o dispositivo durante um ano, menos de 1 irá ficar grávida. Esta eficácia mantém-se pelo menos durante 5 anos, embora seja um espaço de tempo que tenha vido a ser superior.
Como é inserido?
O médico irá visualizar o colo do útero com o recurso a um instrumento chamado espéculo. De seguida, este irá utilizar um outro instrumento para medir o útero e verificar a sua posição. O último passo será então a inserção do DIU através de uma cânula fina e flexível.
Quando pode ser retirado?
Pode ser retirado em qualquer momento apenas por um profissional qualificado. Geralmente a remoção do dispositivo não provoca dor.
É importante destacar que se a mulher não quer engravidar, então será essencial a utilização de outros métodos contracetivos dado que o poder fecundante dos espermatozoides pode durar até 7 dias e fertilizar um óvulo após a remoção do dispositivo.
Contraceção de emergência
Da mesma forma que este método funciona como método contracetivo normal, também funciona como contracetivo de emergência. A colocação do dispositivo deve ser realizada por um profissional de saúde o mais cedo possível e no máximo até 5 dias após a relação sexual desprotegida.
Mecanismo de ação
É desconhecido o mecanismo de ação exato que leva uma DIU a evitar uma gravidez, mas verifica-se que que a presença deste no útero origina determinadas alterações que interferem no processo de fecundação ou na no momento da implantação do óvulo fecundado no útero.
Se quiseres fazer um aborto e tiveres um dispositivo intra-uterino, terás de o retirar andes de levar a cabo a interrupção com o Misoprostol (Cytotec – 200mcg).
Documentos para download:
Dispositivo intrauterino de cobre. REVISÃO
DISPOSITIVO INTRA-UTERINO com LEVONOGESTREL
DISPOSITIVO INTRA-UTERINO (DIU). ARS NORTE
Referências:
[1] Giordano MV, Giordano LA, Panisset KS. Dispositivo intrauterino de cobre. FEMINA, vol 43, Suppl. 1, 2015. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2015/v43nsuppl1/a4850.pdf
[2] Consentimento informado, livre e esclarecido para a colocação de dispositivo intra-uterino com levonogestrel (DIUL). Administração Regional de Saúde do Norte, 2018. Disponível em: http://www.arsnorte.min-saude.pt/wp-content/uploads/sites/3/2018/01/Cons_Inform_DIUL_Hormonal.pdf
[3] Consentimento informado, livre e esclarecido para a colocação de dispositivo intra-uterino (DIU). Administração Regional de Saúde do Norte, 2018. Disponível em: http://www.arsnorte.min-saude.pt/wp-content/uploads/sites/3/2018/01/Cons_Inform_DIU_Cobre.pdf
[4] Moreira J. Perfil das usuárias do sistema intrauterino liberador de levonorgestrel (SIU-Lng) e aceitabilidade do método em Florianópolis (SC). Universidade Federal de Santa Catarina, 2004. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/117955/204858.pdf?sequence=1
Deixe um comentário ou faça sua pergunta
Quer participar da discussão?Seu e-mail não será publicado.