Posso usar o Cytotec várias vezes?

Misoprostol is an effective and increasingly popular medication abortion option, especially in developing countries where abortion remains legally restricted. Taking a pill is noninvasive and the method does not require sophisticated storage.

Wilson et al., 2010[1]

Dosagens recomendadas:

O serviço Aborto na Nuvem apenas aconselha o aborto químico no máximo até às 12 semanas de gestação devido a risco que aumenta à medida que a gravidez vai avançando, porém, e para que tenhas uma noção, as orientações dadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) definem que o limite das doses para a utilização segura do Misoprostol (Cytotec – 200mcg) em gravidezes com diferentes durações são as seguintes[2]:

Para uma gravidez de até 12 semanas (84 dias): o método de eleição para o aborto farmacológico é o do uso de 800 mcg de Misoprostol administrado por via vaginal ou sublingual. É possível administrar um máximo de três doses repetidas de 800 mcg com intervalos de, pelo menos, três horas. Porém, não durante mais de 12 horas.

Para uma gravidez superior às 12 semanas (84 dias): O método de eleição para o aborto farmacológico é o do uso de 400 mcg de Misoprostol administrado por via vaginal ou sublingual, repetido a cada três horas, com um máximo de cinco doses.

No caso de gestações com mais de 24 semanas: é necessário reduzir a dose de Misoprostol devido à maior sensibilidade por parte do útero às Prostaglandinas. Porém, a falta de estudos clínicos impede a realização de recomendações específicas de posologia.

Não existe problema em usar Cytotec (Misoprostol 200 mcg) mais do que uma vez. Como já referimos noutras secções do nosso website, o propósito destes comprimidos (no âmbito do aborto) é provocar estímulos no útero e às contrações que irão causar a perda voluntária da gravidez. Por outras palavras, os comprimidos irão originar uma reação no corpo da mulher tal como acontece num aborto espontâneo.

A necessidade de repetir doses:

O Misoprostol não afeta a capacidade de ter filhos no futuro. O facto de não querer ser mãe no presente (e que queira levar a cabo um aborto mesmo já o tendo feito anteriormente) não significa que não existam desejos para o ser no futuro, quiçá numa situação mais favorável para a mulher. Neste caso, a paciente pode realizar mais do que um aborto químico, dado haver segurança quando ao seu uso repetido.

Medical abortion will not affect a woman’s ability to become pregnant or have a child in future.

Medical Abortion: A Fact Sheet, 2005[3]

Passa pela seguinte secção para saber mais: Posso engravidar após ter feito um aborto?

Relativamente à prevenção de uma gravidez, alguns países continuam a não responder às necessidades de planeamento familiar das mulheres que nestes habitam. Sem acesso a métodos contraceptivos, as mulheres acabam por recorrer ao aborto como uma alternativa de controlo reprodutivo. Infelizmente, nem sempre da maneira mais segura.

Além das restrições legais, outras barreiras ao abortamento seguro incluem a impossibilidade de pagar, a falta de apoio social, os atrasos em procurar atendimento médico, as atitudes negativas dos profissionais e a qualidade deficiente dos serviços.

OMS, 2013

Em último lugar, poderão estar incluídos nesta categoria, os casos das mulheres cujo aborto químico não tenha resultado à primeira tentativa. Embora as taxas de insucesso do Misoprostol sejam bastante baixas, principalmente se os comprimidos forem tomados corretamente, existe sempre uma margem de erro que deve ser tomada em consideração.

Da mesma forma, nestes últimos casos, e sempre que seja feito de forma segura e consoante as indicações aqui oferecidas, não existe nenhum inconveniente nem risco associado para a saúde no que toca à toma repetida de Misoprostol (Cytotec – 200 mcg).  Realçamos: as instruções TÊM DE SER CUMPRIDAS.

Documentos para download:

Who presents more than once? Repeat abortion among women in Britain

Abortamento seguro: Orientação técnica e de políticas para sistemas de saúde

Referências:

[1] Singh S, Remez L, Tartaglione A. Methodologies for Estimating Abortion Incidence and Abortion-Related Morbidity: A Review. New York: Guttmacher Institute; and Paris: International Union for the Scientific Study of Population, 2010. Disponível em: https://www.guttmacher.org/sites/default/files/pdfs/pubs/compilations/IUSSP/abortion-methodologies.pdf

[2] Abortamento seguro: orientação técnica e de políticas para sistemas de saúde.  Organização Mundial da Saúde – 2ª edição, 2013. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/70914/9789248548437_por.pdf;jsessionid=02D1765BBC2A64C7EFB6EE6A42848D3E?sequence=7

[3] Medical Abortion: A Fact Sheet. Reproductive Health Matters, 2005. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1016/S0968-8080%2805%2926212-2