É comum que uma mulher que pretenda fazer um aborto passe por uma situação de dilema moral, incitado pela sua religiosidade ou crença espiritual. Esta situação faz com que surjam diversas questões.
Sou católica. Posso abortar?
Vou para o inferno?
A minha religião não me deixa abortar. E agora?
A dicotomia moral que surge do antagonismo entre um profundo desejo pessoal (pelo aborto) e uma filosofia de vida, é uma situação que leva muitas pessoas à depressão. Estas passam a não se entenderem a si próprias, a acharem-se incorretas, desajustadas ou “não merecedoras” por sentirem aquele desejo “profano”.
É verdade que toda religião possui os seus dogmas, mas também é verdade que toda religião deve fomentar uma postura de acolhimento e compaixão e não de condenação. Essa mesma postura de acolhimento e compaixão tem feito com que a própria religião evolua; tornando-se próxima dos anseios, vontades e desejos dos seus seguidores.
Seguindo esta linha, a religião não deve ser vista como um conceito inalcançável do divino e passar a ser considerada como um conceito de aperfeiçoamento humano.
O aperfeiçoamento humano é sinónimo de tolerância. Tolerância com os diferentes pontos de vista, diferentes ideias e diferentes conceitos.
Percebe que nem o teu desejo nem a tua vontade são sujos ou profanos. Tens de perceber que ideia diferentes podem coexistir harmonicamente sem precisarmos de destruir-nos uns aos outros.
O teu desejo é apenas algo inerente à natureza de todo ser humano. Ao aceitar e entender as bases do mesmo, serás mais feliz, pois também conseguiras entender e aceitar os desejos e ideais de quem está ao teu redor.
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