Sim, podes engravidar após ter realizado um aborto. O aborto químico não afeta a tua capacidade de engravidar ou de ter filhos no futuro.
De facto, se neste momento não desejas engravidar, então é importante que comeces a usar contracetivos assim que voltares a ter relações sexuais.
O aborto químico com Misoprostol (cytotec – 200mcg) não afeta a tua capacidade de ter filhos.
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São vários os motivos que levam uma mulher a interromper a gravidez, porém, as circunstâncias que motivaram esta decisão apenas dizem respeito ao aborto que a gestante tenciona fazer. O facto de a mulher desejar levar a cabo a IVG não significa necessariamente que esta não pretenda ser mãe no futuro.
Da mesma forma, a preocupação com a questão da fertilidade pós-aborto poderá também dizer respeito ao facto de a mulher não querer voltar a engravidar após ter interrompido uma prévia gravidez indesejada.
Estudos realizados:
As pesquisas feitas dentro desta temática são escassas, e não existem estudos que avaliem o impacto que o aborto químico tem na futura fertilidade (MÄNNISTÖ, 2017). Porém, alguns trabalhos publicados dentro deste âmbito sugerem que a fertilidade da mulher não fica comprometida após um aborto induzido.
1998 – O British Journal of Obstetrics and Gynaecology publicou um estudo realizado entre 1990 e 1995, em Milão. Este pretendia analisar a ligação entre um aborto induzido e o risco de aborto espontâneo subsequente. Os resultados indicaram que não existe uma forte associação entre o aborto induzido e um futuro aborto espontâneo (convém realçar que, este estudo não recolheu informações relativamente ao tipo de aborto – químico ou cirúrgico).[1]
2007 – Foi publicado um estudo que envolvia um universo de 11 814 mulheres que residiam na Dinamarca e que procederam a uma interrupção da gravidez através do método químico (2710 pacientes) e cirúrgico (9104 pacientes) entre 1999 e 2004. Este estudo mostra que o aborto químico não se encontra associado a um aumento do risco de vir a ter um aborto espontâneo, gravidez ectópica, baixo peso à nascença ou de parto prematuro numa primeira gravidez logo após o aborto.[2]
Ocorrência de infeção:
Segundo o NHS Foundation Trust, se uma mulher sofrer com uma infeção pós-aborto e se esta não for tratada, a situação poderá complicar-se e afetar a fertilidade futura [3]. No entanto, uma infeção após o fim de uma gravidez, seja ela através de um aborto ou de um nascimento, é algo que pode acontecer a qualquer mulher. No caso do aborto químico, o risco é muito baixo, inferior a 1% [4] e, embora seja muito baixo, recomendamos que sigas à risca todas as nossas indicações. Se desconfiares que tens algum sinal de infeção, consulta um médico que possas ser vista numa fase inicial. As infeções são normalmente tratadas com antibióticos.
Mais informações: Infeção após o aborto
De forma geral, a IVG não afetará a tua capacidade de ter filhos no futuro, mas, se neste momento não desejas engravidar, então é importante que comeces a usar contracetivos assim que voltares a ter relações sexuais.
O aborto químico com Misoprostol (Cytotec – 200mcg) não afeta a tua capacidade de ter filhos.
Documentos para download:
Referências:
[1] Parazzini F, Chatenoud L, Tozzi L, Cintio E, Benzi G, Fedele L. Induced abortion in the first trimester of pregnancy and risk of miscarriage. British Journal of Obstetrics and Gynaecology, 1998, Vol. 105, pp. 418421. Disponível em: https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.1111/j.1471-0528.1998.tb10127.x
[2] Virk J, Zhang J, Olsen J. Medical abortion and the risk of subsequent adverse pregnancy outcomes. New England Journal of Medicine, 2007;357:648. Disponível em: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa070445
[3] http://www.chelwest.nhs.uk/about-us/organisation/foi/foi-disclosure-log/foi-log-2013/women/Terminations-and-Miscarriages-2013-476-Appendix-Patient-Information-and-Consent.pdf
[4] Shannon, C., L. Perry Brothers, Neena M. Philip, and Beverly Winikoff. Infection after medical abortion: a review of the literature. Contraception, 2004, 70:183-190. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/0f11/5bd931f57d840bb7ad3e698edf85f160ea68.pdf
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