Não te deixes infuenciar por estas mentiras nem as propagues.
Estas normalmente só servem para afligir, prejudicando muitas vezes o processo de aborto ao causar angústia e medos desnecessários.
Existem inúmeros mitos sobre o aborto, sendo comum que se propaguem em sociedades onde tal prática é altamente restringida. Isso dá origem a diversos conselhos, lendas e mitos populares, que geralmente apenas prejudicam o aborto feito de forma séria e responsável.
Não te deixes influenciar por conselhos populares e mitos. Isso só irá prejudicar o teu aborto e expôr-te a riscos desnecessários.
Nunca te deixes influenciar por dicas populares. Estas carecem de provas científicas e podem colocar a tua vida em risco.
Aqui estão alguns exemplo de lendas, mitos e mentiras sobre o aborto:
Não te deixes infuenciar por estas mentiras nem as propagues.
Estas normalmente só servem para afligir, prejudicando muitas vezes o processo de aborto ao causar angústia e medos desnecessários.
Nas últimas décadas, a evolução em matéria de saúde, tecnologias e direitos humanos no que toca à prestação de serviços de aborto tem vindo a aumentar em grande escala. Apesar destes avanços, dados de 2012 indicam aproximadamente 22 milhões de abortos continuam a ser realizados de forma insegura todos os anos, resultando na morte de cerca de 47 000 mulheres e causando incapacidades físicas a mais 5 milhões.
Em países onde o aborto induzido é altamente restringido ou proibido, obter um aborto seguro é um privilégio exclusivo aos indivíduos com mais posse financeira. Já as populações mais carenciadas não têm outra opção a não ser recorrer a abortos inseguros e perigosos que causam morbilidade e mortalidade e que se tornam uma responsabilidade social e financeira do sistema público de saúde.[1]
The legal status of abortion has no effect on a woman’s need for an abortion, but it dramatically affects her access to safe abortion.
WHO, 2012
Segundo a Organização Mundial de Saúde, fornecer informações sobre abortos seguros e legais é crucial para garantir a saúde da mulher, algo que não é tão visível com as mulheres mais pobres que se sentem obrigadas a interromper gravidezes com métodos antigos extremamente perigosos.
Poverty leading to un-affordability of abortion service and social stigma attached to abortion make women seek age old crude methods of abortion. Eating inedible things, inflicting physical pain could be extremely harmful to the women.
Thapa et al., 2009[2]
Um documento publicado em 2012 sobre mitos e ideias erradas relativamente ao aborto menciona que mesmo tendo um serviço de aborto disponível, as mulheres olham para este o procedimento como um assunto pessoal e por esta razão preferem deslocar-se a um sítio onde a confidencialidade seja uma prioridade. Segundo os autores, o aborto poderá não ser uma decisão apenas da mulher, mas do marido ou até familiares mais próximos. E a decisão poderá, inclusive, ter a ver com violações ou relações incestuosas/ilícitas, que fazem com que a mulher queira abortar em segredo.
A par desta situação, o valor da realização de um aborto também é considerado. Os altos custos fazem com que estas mulheres procurem soluções mais baratas que podem encontrar em vilas ou regiões fronteiriças. Sem qualquer formação ou conhecimento, estes “prestadores de serviços” proporcionam métodos como a ingestão de chás, introdução de objetos na vagina, defumação com plantas ou até mesmo a ingestão de comprimidos em doses elevadas, sem a garantia de que sejam originais.
Young people who are pregnant, and in particular those who are unmarried, often feel that they will be stigmatized whatever choice they make, whether or not they choose to move through a full pregnancy.
IPPF, 2015[3]
Assim como existem pessoas que irão oferecer “serviços” perigosos com falsas garantias de que serão eficazes, a verdade é que também existem mitos para tentar dissuadir a mulher de levar a cabo um aborto. Seja por motivos morais, religiosos, familiares, etc., existirão sempre argumentos para assustar a mulher e obriga-la a levar a gravidez até ao fim.
Mais alguns exemplos*:
O aborto aumenta o risco de cancro da mama – argumento amplamente utilizado por aqueles que se opões ao aborto. Não existem evidências médicas que confirmem esta afirmação;
Com um aborto, aumentam as dificuldades de engravidar no futuro – quando realizado dentro dos parâmetros de segurança, o aborto não interfere com a fertilidade futura (que regressa aproximadamente duas semanas após o aborto). Isto pode fazer com que as mulheres continuem a levar gravidezes não desejadas até ao fim;
As mulheres não precisariam de interromper uma gravidez se usassem métodos contracetivos – grande número de indivíduos pelo mundo fora não tem acesso a métodos contracetivos, outros optam por não usar. Por outro lado, muitas mulheres podem ter engravidado como consequência de uma falha no método ou terem sido vítimas de violação. Este argumento é altamente inválido visto que os abortos são necessários por diversas razões médicas, incluindo complicações na gravidez ou malformações congénitas;
Facilitar o acesso ao aborto irá desviar as pessoas do uso de contracetivos, levando a mais gravidezes não-planeadas – em lugares onde contracetivos modernos estão acessíveis à população, o aborto não é usado como método concecional. Mesmo assim, é necessário o acesso a serviços de aborto;
A mulher sentirá dor, arrependimento e até mesmo entrar em depressão depois de interromper a gravidez – evidências sugerem que a maioria das mulheres não se arrepende de fazer um aborto. Muito pelo contrário, o sentimento mais comum é o de alívio. Pessoas que se opõem ao aborto tendem a afirmar que as mulheres irão sofrer de uma espécie de “Síndrome Pós-Aborto”, contudo, tal síndrome não existe;
Todos os abortos são inseguros – quando realizados conforme as instruções concedidas por pessoas com formação para tal e com medicamentos originais e aprovados, o aborto é um procedimento bastante seguro. De facto, a interrupção de uma gravidez é um dos procedimentos médicos mais seguros que existe;
A legalização do aborto irá fazer com que cada vez mais mulheres queiram abortar – as leis de aborto altamente restritivas não estão associadas a baixas taxas der aborto. Vejamos, por exemplo, o caso da América Latina (com dados referentes a 2012) e onde as leis são extremamente restritivas: a taxa de aborto é de 32 em cada 1 000 mulheres em idade fértil. É uma taxa elevada quando comparada à taxa de 12 em cada 1 000 mulheres na Europa Ocidental, onde o aborto é menos restritivo.
A maioria dos abortos acontece no fim da gravidez quando a mulher já está visivelmente grávida – é comum que os meios de comunicação mostrem imagens de gravidezes já avançadas associadas ao tema do aborto. Isto é uma distorção da realidade do aborto, que normalmente acontece ainda no primeiro trimestre, antes que o tamanho da barriga se torne visível.
Apenas as mulheres jovens ou irresponsáveis fazem abortos – mentira. Diferentes mulheres com diferentes idades passam pela experiência do aborto. Uma vasta parcela delas já são, inclusive, mães.
*Informação retirada com base nas informações do International Planned Parenthood Federation, 2015.
O melhor será não acreditar nos mitos que se propagam muito mais facilmente do que a verdade. Nos nossos serviços encontrarás toda a informação que precisas para esclarecer as dúvidas que eventualmente possam surgir. Para tal, basta aceder a secção de dúvidas:
[1] Safe abortion: technical and policy guidance for health systems. World Health Organization, 2012. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/70914/;jsessionid=EA4EF403F3E78DAF3E4349E205F636B4?sequence=1
[2]Thapa K, Karki Y, Bista K. Myths and Misconceptions about Abortion Among Marginalized Underserved Community. JNMA; Journal of the Nepal Medical Association 48(176):276-80. 2009 https://www.researchgate.net/publication/49633822_Myths_and_Misconceptions_about_Abortion_Among_Marginalized_Underserved_Community
[3] How to talk about abortion. A rights-based messaging guide. International Planned Parenthood, 2015. Disponível em: https://www.ippf.org/sites/default/files/2018-08/ippf_abortion_messaging_guide_web_0.pdf
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