Devo fazer um aborto?
Cada mulher tem consciência dos motivos que a levam a desejar fazer um aborto. Cada mulher é um ser humano único e com desejos únicos. Tal como tu, nós acreditamos no direito de escolha (PRO-CHOICE). Se for da tua vontade, então deverás ter direito ao acesso a um ABORTO LIVRE E SEGURO. Talvez desejes realizar um aborto por fatores como:
- Desenvolvimento da carreira e crescimento no trabalho;
- Desejo de ampliar os conhecimentos;
- Querer o crescimento financeiro;
- Desenvolvimento pleno da tua liberdade e sexualidade;
- Não depender de apoio da família;
- Não precisar de depender de um homem;
- Não querer ser vista de forma diferente pela sociedade;
- Não queres ser tratada como uma coitada;
- Desejas um planeamento familiar adequado;
- Porque os gastos serão muito elevados;
- Simplesmente porque é o teu direito e a escolha é tua;
- Porque queres ser a DONA DO TEU PRÓPRIO DESTINO.
Um aborto é algo tão natural que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente 42 milhões de mulheres optam por fazer este procedimento.
Independentemente dos fatores, estes não interessam, pois a escolha é tua e o direito é teu! O aborto não deixa marcas, ao contrário de um filho indesejado e mal tratado, que deixarão uma marca que irás carregar a vida toda. Tu podes, e deves, exercer a tua liberdade e autonomia. Após o aborto, sentir-te-ás livre, aliviada e confortável.
Geralmente, na compra com amigos, “conhecidos”, vizinhos ou “médicos populares”, os produtos vendidos são falsificados ou no mínimo, resultantes de contrabando e de origem duvidosa. Para além do prejuízo financeiro, este tipo de transação pode também resultar em sérios riscos à saúde da mulher.
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A decisão de fazer um aborto é uma questão altamente pessoal. Independentemente daquilo que decidires pesquisar na Internet ou das dúvidas que tentes tirar, é importante que saibas que os motivos de interromper, manter uma gravidez ou entregar uma criança para a adoção têm de vir de dentro de ti e de mais ninguém.
Dito isto, compreendemos a tua necessidade de encontrar informações de forma a saber que caminho tomar e até encorajamos essa atitude, mas lembra-te sempre: tu és a pessoa mais importante e o resto é apenas secundário.
Portanto, vamos diretamente ao assunto: o aborto é aceite e até defendido pelo movimento PRÓ-ESCOLHA (que poderá até ser mais conhecido pelo seu nome em inglês pro-choice), mas, por outro lado, existe também um grupo que defende a preservação de toda a vida humana e que, por essa mesma razão, se opõe à prática de aborto. Trata-se do movimento PRÓ-VIDA (pro-life, em inglês). Ambos os grupos possuem argumentos direcionados especificamente ao tema do aborto que acabam por criar um conflito amplamente conhecido em grande parte dos países.
Segundo Luna, 2014, ambos grupos procuram o meio audiovisual como meio de propagação das suas mensagens[1], por esta razão existe uma grande probabilidade de que encontres informação (proveniente da Internet ou até de pessoas conhecidas) que vise impedir-te de realizar um aborto usando motivos religiosos, morais e políticos para tal finalidade. O movimento pró-vida defende que a mulher não deveria poder optar pela realização do aborto sob nenhuma circunstância, mesmo se a gravidez for a consequência de uma violação ou se esta esta colocar a vida da mulher em risco.
Segundo Pedro Galvão, 2005[2], O argumento mais comum contra o aborto é, sem dúvida, aquele que apela à humanidade do feto. Uma versão deste argumento é a seguinte:
Todos os seres humanos têm o mesmo direito à vida.
Os fetos são seres humanos.
Matar deliberadamente quem tem o direito à vida é errado.
O aborto consiste em matar fetos deliberadamente.
Logo, o aborto é errado.
Normalmente este tipo de ideais que defendem a vida humana não se preocupam com as razões que levaram a gestante a optar por um aborto (falta de recursos, o futuro da mulher que é obrigada a levar uma gravidez até ao fim contra a sua vontade) ou até mesmo com o futuro da criança que irá nascer (pobreza, falta de cuidados/amor dos pais ou condições políticas desfavoráveis para trazer um ser ao mundo).
Grande parte das mulheres que não pretende levar a gravidez a termo acaba por sentir-se sozinha e isolada quando tem conhecimento de este tipo de argumentos que se encontram amplamente difundidos na Internet e até no mundo real. É neste momento que surge a dúvida: devo fazer um aborto?
Queremos que saibas que é importante conhecer e respeitar aquilo que outras pessoas defendem, desde que isso não interfira com a liberdade de ninguém. Se a decisão final passa por interromper uma gravidez, então nenhum elemento exterior poderá forçar-te a não seguir em frente com as tuas intenções. Ao querer partilhar a tua decisão com alguém, tens de estar preparada para ouvir conselhos que tanto poderão ir de encontro com aquilo em que acreditas, como poderão estar completamente contra a solução que queres para ti. Cabe-te a ti aceitar conselhos que te possam dar, no entanto, o que não é correto é que tentem impingir-te uma ideia de forma a que não penses no teu bem-estar. Com isto referimo-nos aos casos onde mulher se sente pressionada (e até obrigada) a levar a gestação até ao fim, assim como aos casos em que alguém a obriga a interromper a gravidez.
Já o movimento pró-escolha acredita que todo ser humano deve ter autonomia e poder de decisão sobre o seu sistema reprodutor, desde este que não interfira na autonomia dos outros. Este movimento defende que a mulher tem o direito de escolher quando quer ser mãe (e, por conseguinte, a terminação voluntária da gravidez e o uso de métodos contracetivos).
Como podes perceber, então, as informações à tua volta serão muito diferentes umas das outras e, por essa razão, é necessário que te distancies delas para que possas ter uma maior perceção daquilo que realmente importa para ti. Aqui em Aborto na Nuvem tentamos ao máximo passar toda a informação necessária para que percebas como funciona o aborto químico, assim como tentamos responder, da forma mais completa possível, as dúvidas que eventualmente poderão surgir antes, durante e após o procedimento, mas considera que nós não podemos dar a resposta às mulheres que não sabem se devem ou não proceder a um aborto.
Os nossos serviços defendem que nenhuma mulher pode ser obrigada avançar com uma gravidez se não o deseja, mas, ao mesmo tempo, também não pode ser obrigada a abortar contra a sua vontade. Portanto, fica aqui o nosso conselho: faz o que sentires que é melhor para ti e tenta ao máximo esquecer as pressões e influências externas. Só tu podes ter a última palavra em relação ao teu corpo.
Documentos para download:
Referências:
[1] Luna N. Aborto e corporalidade: sofrimento e violência nas disputas morais através de imagens. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 20, n. 42, p. 293-325, jul./dez. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ha/v20n42/12.pdf
[2] Galvão P. A Ética do Aborto: Perspectivas e Argumentos. Dinalivro, 2005. Disponível em: http://pedrogalvao.weebly.com/uploads/6/6/5/5/6655805/pgaborto.pdf
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