O aborto
Oaborto é uma interrupção da gravidez. Ele pode acontecer através da remoção ou da expulsão do embrião ou feto do útero. Um aborto pode ocorrer espontaneamente (chamado de aborto espontâneo) ou pode ser induzido. O aborto induzido é um dos procedimentos mais seguros na medicina quando é feito de forma correta e segura.
O aborto induzido é um dos procedimentos mais seguros da Medicina quando é feito de forma correta e segura.
No entanto, os abortos inseguros resultam em aproximadamente 70 000 mortes maternas e mais de cinco milhões de internamentos por ano, em todo o mundo. Estima-se que todos os anos são realizados mais de 44 milhões de abortos no mundo, sendo que pouco mais da metade foi realizado de forma correta e segura.
A incidência do aborto tem vindo a estabilizar-se nos últimos anos depois de décadas em declínio motivado pelo acesso aos métodos contracetivos, à educação e ao planeamento familiar.
O aborto induzido possui uma longa história e tem sido realizado através de diversos métodos que geralmente arriscam a vida da gestante.
A legalidade, a aceitação cultural e status religioso do aborto variam muito em todo o mundo. A sua legalidade pode depender de condições específicas, como nos casos de incesto, violação, defeitos fetais, elevado risco de deficiência, fatores socioeconómicos ou a possibilidade da saúde da mãe estar em risco.
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O aborto na História e no Mundo
A história do aborto induzido possui milhares de anos e já acontecia em civilizações tão variadas como a da China sob Shennong (c. 2700 aC), a do Egito Antigo com o seu Papiro de Ebers (c. 1550 aC) e a do Império Romano no tempo de Juvenal (c. de 200 EC).
Existem provas que nos sugerem que as gestações foram terminadas através de varios métodos, entre eles a administração de ervas abortivas, a utilização de instrumentos afiados, a aplicação de pressão abdominal, entre outras.
Alguns especialistas médicos têm sugerido que o Juramento de Hipócrates proibia aos antigos médicos gregos de realizar abortos; outros especialistas discordam desta interpretação e observam que os textos médicos de Hipócrates contêm descrições sobre técnicas abortivas.
Aristóteles, no seu tratado sobre a política governamental (350 aC), condena o infanticídio como forma de controlar a população. Este definiu que a o aborto deve ser praticado “antes que se desenvolvam as sensações e vida”, pois a linha entre o aborto legal e ilegal será marcado pelo facto de poder sentir e estar vivo.
No cristianismo, o Papa Sisto V (1585-1590) é conhecido como o primeiro Papa a declarar que o aborto é homicídio, independentemente do estágio da gravidez. A Igreja Católica já se encontrava dividida na ideia de acreditar se o aborto seria assassinato ou não, e começou a opôr-se vigorosamente à prática até o século XIX.
Tradicionalmente, a cultura Islâmica tem permitido o aborto até ao momento em que os muçulmanos acreditam que a alma entra no feto. Algo que acontece, segundo vários teólogos, entre os 40 e os 120 dias após a concepção. A prática é, no entanto, restrita em áreas de alta fé islâmica, como a do Médio Oriente e Norte da África.
Na Europa e na América do Norte as técnicas começaram a evoluir a partir do século XVII. Todavia, o conservadorismo da maioria dos médicos relativamente a assuntos sexuais impediu a grande expansão das técnicas de aborto seguro.
Nos EUA, o aborto era mais perigoso do que o parto até aproximadamente perto do ano 1930, quando as melhorias progressivas nos procedimentos relativos ao parto tornaram o aborto seguro.
A União Soviética (1919), Islândia (1935) e a Suécia (1938) foram dos primeiros países a legalizar certas ou todas as formas de aborto. Em 1935, na Alemanha nazi, foi aprovada uma lei que permitia o aborto para aqueles que fossem considerados “hereditariamente doentes”, ao mesmo tempo que as mulheres alemãs consideradas valiosas foram especificamente proibidas de ter abortos.
A partir da segunda metade do século XX, o aborto foi legalizado na grande maioria dos países.
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