Abortivos
Os abortivos são substâncias que provocam um aborto. Os abortivos comuns usados na realização do aborto químico incluem Mifepristone, que normalmente é usado em conjunto com Misoprostol, ou o Misoprostol, que é utilizado sozinho. Há também várias misturas de ervas que são utilizadas como abortivos, embora não exista informação disponível relativamente à eficácia dessas ervas em seres humanos.
Os Abortivos são substâncias que provocam um aborto.
Abortivos Farmacêuticos
Análogos da prostaglandina, como o Misoprostol ou Geme Prost (ambos análogos sintéticos da prostaglandina E1), são muitas vezes utilizados para interromper a gravidez no primeiro trimestre da gestação. Já noutras ocasiões eles poderão ser usados em conjunto com algum outro abortivo como o Mifepristone (um antagonista do recetor de progesterona) ou o Metotrexato (um antimetabolito).
O Misoprostol administrado por via vaginal é mais eficaz do que quando administrada por via oral. Entretanto a via sublingual é mais eficiente que a via vaginal. O Misoprostol sozinho é também usado para aborto auto-induzido na América Latina, em países onde o aborto legal não está disponível, prática também comum nos Estados Unidos, onde algumas pessoas não têm como pagar por um aborto legal.
Em França, o o Misoprostol é comercializado sob o nome comercial Gymiso para um uso em conjunto com o abortivo Mifepristona. Nos EUA o Misoprostol é usado de forma off-label com o Mifepristone para a prática do aborto químico legal.
O abortivo Mifepristone é um antagonista do receptor de progesterona também conhecido como RU-486. É comercializado sob o nome comercial de Mifegyne em França e em alguns outros países como os EUA sob o nome comercial de Mifeprex.
Abortivos Naturais
Durante a era pré-farmacêutica eram inúmeros os abortivos não farmacêuticos que existiam. Falamos de ervas, minerais e preparativos rituais ou espirituais. É difícil determinar a sua eficácia visto que quase todos estes usos aconteceram antes de terem surgido os ensaios clínicos e os métodos científicos. Entre aqueles que ainda são usados hoje em dia, alguns são considerados eficazes em maior ou menor grau, enquanto outros são muito eficazes, mas provocam efeitos colaterais negativos (principalmente devido à sua toxicidade), algo que os impede de se propagarem em maior escala.
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História dos Abortivos
A antiga colónia grega de Cirene possuia uma economia baseada quase inteiramente na produção e exportação da planta Silphium, que era considerada um poderoso abortivo. O Silphium figurou de forma tão proeminente na riqueza de Cirene que a planta chegou a aparecer nas moedas lá cunhadas. O Silphium, que era nativo apenas desta parte da Líbia, foi colhida de forma tão excessiva pelos gregos que acabou por ser levado à sua extinção. No entanto, esta teoria padrão tem sido contestada por todo uma grande diversidade de alternativas que vão desde a extinção devido a fatores climáticos até a hipótese de uma tentativa de desinformação, já que a receita era efetivamente feita com várias ervas e não apenas com uma.
Antiga moeda de prata de Cirene representando um talo de Silphium. (Estudos sobre História – 3)
KYLIX: BIBLIOTHÈQUE NATIONALE / ARCHIVES CHARMET / BRIDGEMAN ART LIBRARY
Arcesilas II, Rei de Cirene 560-550 aC, observando a pesagem e o carregamento de Silphium para exportação no século VI aC. Do grego Kylix ou copo de bebida.
Na Austrália aborígene, plantas como Madidum Cymbidium, Petalostigma Pubesces, Eucaliptos e Gamofila foram ingeridas como abortivos. Noutros casos, o Erythropleum Chlorostachyum era usado para defumar o corpo ou a vagina. Com o cristianismo e nomeadamente com a influencia da Igreja Católica na sociedade europeia, aqueles que dispensavam ervas abortivas foram considerados bruxos e graças a isso foram muitas vezes perseguidos. Médicos muçulmanos medievais documentaram listas detalhadas e extensas sobre as práticas de controlo de natalidade, incluindo o uso de abortivos, comentando a sua eficácia e prevalência. O uso de abortivos era aceitável para os juristas islâmicos, desde que o aborto ocorresse no prazo de 120 dias, momento no qual se considera que o feto se torna totalmente humano e em que receberá a sua alma. Na legislação inglesa o aborto não era ilegal até 1803. Os abortivos usados por mulheres na Inglaterra do século XIX (não necessariamente seguros ou eficazes) incluíam Diachylon, Sarvin, cravagem do centeio, poejo, olmo, noz-moscada, ruda, cebola do mar e Hiera Picra.
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